terça-feira, 13 de abril de 2010

diário paulistano - da utilidade do dedo

estava eu ontem à tarde no metrô de são paulo. eu adoro andar de metrô em são paulo. até prefiro fazer o caminho maior e pegar metrô do que ir de ônibus.

enfim, estava eu no metrô de são paulo.

lá pelas tantas entra um gatinho-paulista. mas um gatinho-todo-gatinho. bem vestido. cabelo bem cortado. rosto bem proporcional. lindos olhos. um gatinho-bem-gatinho.

olhei, mas fiquei na minha.

o gatinho aparentemente descobriu que eu era interessante (talvez me imaginou falando sobre filosofia da linguagem à meia luz) e resolveu me paquerar.

foram, então, minutos de paquera bem feita. daquelas que se olha, cruza o olhar, finge que não tá olhando só pra cruzar o olhar de novo.

toca, então, o celular do gatinho-bem-gatinho. o lindinho-mais-que-bonito atende.

[pausa dramática]

ele, enquanto fala no celular, faz um gesto que acabou com toda a paquera (não que a paquera fosse dar em alguma coisa e que fôssemos casar e ter "cinco lindos cachorrinhos", mas...). enquanto fala no celular, gatinho-bem-lindinho utiliza do mindinho da mão no celular para cutucar sua narina. ou seja, tirar tatu do cérebro

sim, queridos dois leitores e um quarto! do que adianta aquele corpinho, aquele corte de cabelo, aqueles olhinhos lindos de morrer, aqueles reais gastos em roupinhas com caimento perfeito, se a criatura não tem nenhuma educação?????

então, vai uma lição-mino de graça hoje:

não adianta ser o gatinho-mais-interessante-da-paróquia se a senhora sua mãe não te deu educação...

ou, traduzindo,

vê onde põe o dedo, honey!

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