sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Diário Calango parte VII: os meninos brasilienses

certas coisas foram esquecidas por mim. eu realmente não me lembrava da abordagem masculina calanga; afinal, das últimas vezes que vim, estava casada. logo, festerê nem pensar!
em porto alegre, até onde saiba as pessoas tem um espaço interpessoal maior. explico: normalmente as pessoas não te pegando do nada (salvo os bebuns de fim de festa).
pois é... imagine a cena:
- festa
- hires
- amigos
- dois meninos
meia hora de conversa e menino a põe a mão na minha perna. meia hora e um minuto de conversa e menino b põe a mão na minha perna. meia hora, um minuto e meio segundo eu levanto e digo: "beleza! to indo dançar!"
julio, respecitvo da minha melhor amiga, diz: cê não entendeu? os homens em brasília SÃO assim...
ok, mas eu não sei se vim treinada pra ser batatinha frita, ou seja, petisco de brasiliense!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

sendo irritantemente repetitiva

da obsessão de não me deixar levar:


toda a vez
que tento me perder


toda a vez
que tento me perder


toda a vez
que tento me perder



DROGA!
acabo me encontrando perto de você!




pode me dizer:
você faz isso por querer???


e o pior é que sei que faz... mas por quê?

Diário Calango parte VI: a família

ficar uns dias na casa dos meus pais, com quem não moro há 3 anos, é acordar de manhã e minha mãe dizer:

- vocês, meus filhos, são completamente loucos!

(ela falou isso porque estava comigo no dia da farmácia e passou o dia rindo, e lembrou do meu irmão quebrando o controle do vídeo-game, minha irmã mandando o vizinho à m*rd*, e eu querendo bater numa mulher no supermercado, e...)


sim, a mulher que nos criou diz: "vai-te pra porra!"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

verdade verdadeira

"descobri que a minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como uma reação a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco".
memórias de minhas putas tristes, gabriel garcía márquez, página 74.

save me - aimee mann

o filme magnolia é velho, cult e todo mundo ama (apesar de pouca gente assumir que não entende muito bem ele). bom, hoje lembrei de uma das músicas de sua trilha sonora (que de longe pode ser considerada a melhor dos anos 90).

save me é da aimee mann.

dá até pra cantarolar baixinho, antes de dormir:

if you save me
from the ranks
of the freaks
who suspect
they could never
love anyone


eu posso ser uma freak... mas não desse tipo...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Diário Calango parte V: o sotaque

situação a:

hires em porto alegre. fala uma frase. pula alguém e pergunta: tu não é daqui, né? hires responde: sou de brasília.


situação b:

hires em brasília. fala uma frase. pula alguém e pergunta: mas tu já tá bem gaúcha, né? hires responde: tu acha.


agora me diz: dá onde é que sou então??????

micropoemaconfissão

na diagonal da cama vazia

imagino os sonhos

escondidos no boné ridículo

Diário Calango parte IV: a falta de referência

estar longe de casa é:

começar a frase sempre com:

lá em brasília...

ou

aqui em porto alegre...


[miss u, home sweet home]

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Diário Calango parte III: o diálogo de farmácia

* eventos contextualizadores *
. hires entra na farmácia para comprar um lipstick da nivea e um pacote de pastilha valda;
.. hires espera, pacienciosamente, o atendente terminar a venda de um remédio qualquer para uma senhorinha;
... hires observa um cara de mais ou menos 2 metros de altura escolher um pacote de camisinha;
.... hires continua esperando o atendente;
..... hires observa o cara de 2 metros de altura passar na sua frente e pagar seu pacote de camisinhas sem dor na consciência;
...... hires, com orgulho ferido de ter sido passada para trás, finalmente é atendida.
* fim dos eventos contextualizadores *
moço da farmácia:
- em que posso ajudá-la?
hires:
- esse coisinha da nivea e um pacote de pastilhas valda.
....... hires observa o moço da farmácia achar a pastilha e não se aguenta
hires:
- moço, aquele outro passou na minha frente!
moço farmácia:
- que mal educado ele, né?
........ hires segura a maldade, mas não se aguenta [de novo]
hires:
- mal educado é o senhor que atendeu ele na minha frente!
......... hires observa o moço da farmácia meio vermelho meio roxo atestando que se acabaram os pacotes de pastilhas valda.

Diário Calango parte II: o jogo de futebol

eu adoro futebol. adoro jogo de futebol. e adoro ir ao estádio também.

domingo, meu pai me levou a um clássico. claro, um clássico calango:
GAMA x BRASILIENSE
eu, obviamente, torço pro brasiliense feito louca... camiseta amarela, gritando JACARÉ, JACARÉ!
porém, o jogo foi no estádio high-tech do gama, onde meus pais moram. como resultado de tudo isso: lá estava eu, torcedora do brasiliense no meio da torcida do gama... com meu pai com a camisa do periquito do meu lado.
tentei disfarçar o fato de não ser gamense. comentando com ele todo e qualquer lance, xingando o juiz para os dois lados. gritando: "vai, ferrugem!" para o jogador ginger kid do gama.
tudo tranquilo e calmo até depois de quase dar briga entre a massa gamense e a mínima torcida do brasiliense (contada como umas 50 pessoas e um cara vestido de superherói).
por pouco...
voltamos para o segundo tempo. o gama faz falta no iranildo, jogador do brasiliense since EVER (homenagem ao rafinha nessa), bem perto da área. iranildo, conhecido na minha arquibancada como filho de um rapariga entre outros apelidos carinhosos tanto para ele quanto para sua mãe, bate a falta no cantinho, a bola entra.
no meio do silêncio da minha arquibancada, EU levanto SOZINHA e grito a plenos pulmões: GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!
com os braços devidamente levantados assim ó:
\o/
quando me dei conta, sentei e pensei: "droga, tomei uma surra!"
ninguém me fez nada....
por via das dúvidas, quando o gama fez seu gol, gritei... timidamente, pro brasiliense não me ouvir. assim, parecia que eu era a louca do gol! gritava com todo e qualquer gol.
no fim, foi 1 x 1 e ninguém ficou triste. eu também não apanhei... nem na saída!

Diário Calango parte I: o primeiro fim de semana

passar uma parte das minhas férias em brasília não é tão ruim assim. no primeiro final de semana, camila (minha amiga desde os 12 anos) e seu namorado me levaram para a farra.
na sexta-feira fui em um lugar chamado botequim blues. vamos começar a análise pelo nome, certo? o que eles querem dizer com "botequim blues"?
a) o botequim era pra ser azul? se fosse assim, seria botequim blue, honey... afinal, adjetivos não tem plural em inglês e, mesmo se tivessem, o botequim é um só, não?
b) o botequim is very sad pra caramba! ou seja, o botequim entristece, logo, ele blues....
minha sugestão: seguir a gramática inglesa do tio do bar e colocar botequim go blues!
tocou beatles a noite inteira. pena que, para dançar, me batia nas cadeiras, afinal, um lugar very blues tinha mais espaço para pessoas bebendo do que para pessoas dançando...
sábado, voltei aos meus quinze anos com um showzim de rock no conic (cuja sigla nunca entendi... tem comercial e bláblá). coisa gratuita, com um bando de gente de preto e eu pensando: deus! já fui assim!
enfim, vir a brasília pra mim tem sempre essa sensação: eu volto no tempo e lá estou eu com quinze de novo...